"A vida começa quando a violência acaba" (Maria da Penha)
A recente revelação de Ingrid Santa Rita no reality show "Casamento às Cegas" expôs uma dolorosa realidade que muitas mulheres enfrentam: o estupro conjugal. Como mulher, mãe e professora, sinto-me profundamente indignada ao ver como tantas mulheres ainda sofrem em silêncio, sem compreender que a violência sexual dentro do casamento é, sim, um crime. Precisamos falar sobre isso, precisamos agir.
Os dados são alarmantes: 21% das mulheres brasileiras já foram forçadas a manter relações sexuais contra sua vontade por um parceiro íntimo. E o mais chocante é que a maioria desses casos sequer é denunciada. Isso revela quão enraizada está a ideia de que o casamento é uma permissão para qualquer ato, mesmo que seja contra a vontade da mulher. Isso precisa mudar, e rápido.
A campanha Agosto Lilás, que ocorre neste mês, é um momento crucial para refletirmos sobre a violência doméstica e a necessidade de ações mais contundentes. A Lei Maria da Penha foi um marco, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que nenhuma mulher seja vítima de violência, seja física, moral, psicológica, patrimonial ou sexual.
Precisamos, como sociedade, reconhecer que a violência contra a mulher não pode ser tolerada de nenhuma forma. É nosso dever educar nossos filhos e nossas filhas sobre seus direitos e sobre o dever de respeitar as mulheres. É fundamental que mães e pais estejam atentos aos sinais de abuso sexual e saibam como agir diante de uma suspeita. O silêncio é cúmplice da violência, e não podemos permitir que ela continue.
A luta contra a violência de gênero é de todos nós, precisamos agir. Não podemos fechar os olhos para a realidade de tantas mulheres que sofrem abusos dentro de suas próprias casas. Precisamos ser a voz das que ainda não podem falar, precisamos ser a força das que ainda não podem lutar.
A história de Maria da Penha nos lembra que o silêncio prolonga o sofrimento e que é possível reverter essa situação. Neste Agosto Lilás, eu convido todas as mulheres a se unirem em uma só voz, clamando por justiça, respeito e igualdade. Juntas, somos mais fortes, e só juntas podemos mudar essa realidade.
Vamos erguer a bandeira do respeito e da dignidade feminina. Vamos mostrar que casamento não é carta branca para qualquer ato sexual sem consentimento. Vamos proteger nossas crianças, educá-las e empoderá-las para que nunca sejam vítimas, mas sim protagonistas de suas próprias vidas.
O tempo de mudança é agora. Que possamos transformar essa indignação em ação, essa dor em força, e essa luta em vitória. A sociedade precisa se unir nessa luta. Vamos juntos combater a violência contra meninas e mulheres.